(Freguesia da Golpilheira • Concelho da Batalha • Distrito de Leiria)
 
O “nosso” magistrado está no melhor museu do País

O “nosso” magistrado está no melhor museu do País


E o prémio APOM 2012 vai para…

Museu da Comunidade Concelhia da Batalha

O Museu da Comunidade Concelhia da Batalha (MCCB) foi eleito o melhor museu português de 2012 pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM).
O prémio foi revelado e atribuído numa sessão que decorreu em Lisboa, no passado dia 14 de Dezembro. Sendo o mais importante galardão do sector no nosso país, veio sublinhar a excelência do projecto museográfico e museológico deste equipamento cultural e turístico, aberto em Fevereiro de 2011 e formalmente inaugurado em Abril desse ano, pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
“Foi com enorme emoção que ontem, ao fim do dia, no Museu da Farmácia, em Lisboa, recebi das mãos do presidente da APOM Associação Portuguesa de Museologia o diploma de melhor museu 2012. Foi um trabalho de quase uma década, de muita gente, e este prémio é para todos. Parabéns e obrigado.” Foi com esta mensagem que o presidente do Município da Batalha, António Lucas, reagiu ao prémio na sua página pessoal no Facebook.
Já este ano, o MCCB tinha arrecadado uma menção honrosa nos prémios do Turismo de Portugal, tendo ficado na mesma posição do Oceanário, na categoria “Novo Projecto Público”. Segundo nota da autarquia, esta nova vitória “representa um enorme orgulho para o Município da Batalha, mas ao mesmo tempo, o reforço do desafio que consiste em considerar que o Museu da Batalha nunca estará terminado”.
De facto, assumindo-se como um “museu da comunidade”, assenta a sua matriz na nova linha da museologia e pretende projectar esta região e as suas gentes. Através das várias áreas que disponibiliza, o território concelhio é desvendado numa interessante e paradigmática viagem com mais de 250 milhões de anos e que percorre as grandes transformações registadas nos domínios da geologia e da paleontologia do território. É ainda possível tomar ali contacto com os primeiros seres humanos que existiram no território que é hoje a Batalha, com referências ao período do paleolítico e romano. E, depois disso, percorrer a história medieval, moderna e contemporânea desta região, com o Mosteiro da Batalha assumir o protagonismo a partir do século XVI.
Num museu que não pretende estar terminado, dada a necessidade constante da busca e de actualização da informação, o visitante é convidado a conhecer os projectos e iniciativas de carácter cultural que ocorrem no município da Batalha, bem como alguns trabalhos de investigação científica em diversas disciplinas do conhecimento. O moderno edifício dispõe ainda de um espaço afecto a exposições temporárias, estando presentemente exposta a exposição “O Ensino na Batalha”, em que foi envolvida a população na concretização desta mostra.
Não menos importantes, as características relacionadas com as acessibilidades. Sendo um “Museu de Todos”, o MCCB apresenta dezenas de soluções inclusivas, que proporcionam aos cidadãos portadores de deficiência a possibilidade de uma visita frutuosa com garantia da apreensão de conhecimentos para todos.
Resta-nos referir que é no coração do MCCB que reside actualmente a estátua do magistrado romano encontrada em Collippo, território da freguesia da Golpilheira. É também um orgulho ter um “nosso” importantíssimo achado arqueológico no melhor museu português. Nesta edição publicamos, curiosamente, um artigo mais pormenorizado sobre esse achado, na coluna que habitualmente dedicamos ao “Museu de Todos”, na página seguinte.
Já agora, o Jornal da Golpilheira não pode deixar de se associar a este prémio e manifestar a honra que tem em ter colaborado desde a primeira hora, embora nas suas humildes possibilidades, para a divulgação e enriquecimento deste espaço museológico concelhio. Entre esses apoios, referimos o espaço nas nossas páginas que propusemos oferecer à equipa do MCCB para uma “visita” mensal ao museu e que foi, desde logo, aceite. Devemos um agradecimento especial ao geólogo António José Teixeira e às técnicas Ana Moderno e Amelie Baptista, que têm assegurado a manutenção da coluna que tanto enriquece a oferta cultural deste jornal.
Mas, tal como indica o nome do museu, é toda a comunidade do concelho que está de parabéns. E é também a todos nós que cabe a responsabilidade de o manter, preservar e enriquecer. Pelos menos, com a visita regular e a participação nas muitas actividades que vai desenvolvendo, para que o investimento feito e o seu custo de manutenção se justifique pelo usufruto por parte da população.

Luís Miguel Ferraz

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