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>162 – Energias renováveis

>Eólica
Por David Lucas

As energias renováveis estão cada vez mais em voga. São inúmeras as soluções que nos apresentam para que deixemos de usar os combustíveis fósseis, ditos não renováveis. Existem três tipos de fontes consideráveis: terrestre, gravitacional e solar. Cada uma destas pode derivar em diferentes fontes, nas seguintes variações de energia: geotérmica, marés, biomassa, radiação solar, hidráulica, térmica oceânica, cinética do vento (eólica) e das ondas. Há ainda outros tipos de renováveis ao nível de resíduos agrícolas, urbanos e industriais – estes provenientes da mão humana. O conceito renovável pode trazer dúvidas sobre o seu significado. No essencial, e aplicado à produção de energia, entende-se como algo que pode sofrer ciclos de transformação ou aproveitamento indeterminadamente. Compreendem a importância disto? São fontes de energia inesgotáveis!

Reportando agora para a energia eólica (produzida a partir do vento), pode referir-se que o aproveitamento do vento já é feito há umas centenas, senão milhares de anos, onde as embarcações à vela ou a própria moagem de cereais são um bom exemplo de como o homem já delineou esta estratégia há algum tempo. Na actualidade, verificamos nos cumes das montanhas do nosso país a quantidade de aerogeradores (aquelas ventoinhas gigantes) que parece proliferar e romper algumas zonas que até há pouco tempo eram paisagem.

Mas como é que acontece a produção de energia?

A energia surge devido ao aproveitamento das correntes de ar, ou da energia cinética (movimento) contida no vento. Esta energia é transformada em energia mecânica (rotação das pás), que posteriormente é transformada em energia eléctrica, através de um gerador eléctrico. Por curiosidade, sabem como é que o vento se forma? R: Se analisarmos a superfície terrestre, verificamos que existem diferentes temperaturas nos diversos pontos do globo, e esta diferença causa o movimento de massas de ar que originam aquilo a que chamamos vento – é fácil!

Rentabilidade da energia eólica?

Posso enunciar alguns custos de investimento, nomeadamente a compra de terrenos, custo da turbina, construção civil (apoio à montagem da estrutura), ligação à rede e tem um custo de operação e manutenção reduzidos (comparativamente a outras). O investimento inicial avultado deste tipo de aparelhos foi, ao longo dos anos, um entrave na sua proliferação enquanto energia sustentável, já que os seus benefícios não se observavam a curto prazo. Este investimento começou em Portugal no ano de 1986, na Ilha de Porto Santo (Madeira).

O nível de rentabilidade deste tipo de sistemas depende grandemente do factor de utilização das turbinas. A intermitência dos ventos gera algumas vezes períodos mortos que lhe retiram a eficácia. Poderão achar estranho, mas um dos períodos com maior aproveitamento é o Verão, quando as correntes de ar quente passam para o litoral do país (em Portugal).

Em opinião própria, acho bem o investimento neste tipo de estruturas, mas há que ser consciente e verificar se o investimento feito é compensatório comparativamente a outras energias renováveis. Temos de compreender o porquê do investimento e a sua finalidade. Ver, por exemplo, se este tipo de estruturas (eólicas) não fazem parte de uma operação de marketing, já que têm um impacto visual enorme. Esse impacto já deu frutos internacionalmente, com o jornal “New York Times” a afirmar que 45% da energia consumida em Portugal é proveniente de renováveis (há dois anos eram 17%). Mas analisemos: qual foi o custo para o consumidor? E qual o benefício?

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