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Palavra do Pároco: Eucaristia – Missa – Corpo de Deus

P. Armindo Castelão Ferreira
Pároco da Batalha e do Reguengo do Fetal

Celebrámos em toda a Igreja, no passado dia 3 de Junho a Festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, habitualmente conhecida como Festa do Corpo de Deus.
Esta pretende dizer-nos a todos e ao mundo em geral duas coisas:
1 – Cristo viveu mesmo entre nós “em carne e osso” (não foi um espírito ou um fantasma). Foi “em tudo igual a nós, menos no pecado”.
2 – Na Hóstia Consagrada Ele está verdadeiramente presente tão real e perfeitamente como viveu na Palestina: em Corpo, Alma e Divindade.
Na Missa, Ele dá-Se na sua totalidade a quem O quer comungar. Quem comunga não recebe um sinal de Cristo, uma representação de Jesus, recebe o próprio Jesus tão real como está no Céu.
Muitos crentes andamos atrás de objectos religiosos em que pomos a nossa confiança para nos protegerem: terços pendurados nos carros, sinal da cruz ao entrar em campo, água benta, esta ou aquela bênção. No entanto, tudo isto, todas estas coisas, são só sinais, não são presença. Sem a presença de Cristo, estes nada valem.
Como diz o profeta Isaías: “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? (Isaías 55, 1,2)
Cristo e só Ele pode saciar a nossa sede.
Porque é que não participamos na Missa? Porque é que não O recebemos na Comunhão? Ele é o dom mais precioso do Pai.
Se tivéssemos de pagar pela Comunhão do Corpo do Senhor…
Ele é dom gratuito.
Pode haver quem comungue “como quem bebe um copo de água”, sem ter noção do que recebe e do compromisso que assume de se tornar no mundo uma presença viva de Cristo.
Pode haver quem não comungue porque nunca lhe foi dado a conhecer este dom de Deus.
Pode haver quem não comungue por se considerar indigno. Mas o Senhor veio, não para os santos, mas para os pecadores. Ninguém é digno de tão grande graça. Mas Deus aceita-nos com a nossa indignidade, basta querermos ser outro Cristo, viver a Sua vida.
A Covid fez reduzir os participantes nas missas das nossas comunidades. Muitos irmãos viram-se impedidos de receber a Comunhão: doentes, idosos, internados em lares. Como sentiram esta falta!!!
Não imaginam a alegria que vi no rosto dos utentes do Lar do Reguengo quando um ano depois voltei a celebrar com eles e a dar-lhes a Comunhão. Não só os utentes depois de um ano de privação ansiavam esta presença, mas também as colaboradoras…
Costuma dizer-se: só apreciamos devidamente quando não temos. Se nos faltar a Missa nas comunidades, nos sacramentos, nos funerais… como iremos reagir? Se não tivermos sacerdotes para consagrar o pão e o vinho, como poderemos viver Cristo?!

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