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Futsal feminino do CRG mantém-se no Nacional

Entrevista a Teresa Jordão (na hora da despedida)

No final de mais uma época atípica, jogada em tempos de pandemia e sem público nas bancadas, a equipa sénior de futsal feminino da Golpilheira conseguiu cumprir o objectivo mínimo de garantir a presença no campeonato nacional do próximo ano. Para conhecermos mais alguns pormenores desta campanha, fomos entrevistar a treinadora Teresa Jordão, que, aos 48 anos de idade e após mais de 21 anos de ligação ao CRG, está de partida para um novo desafio no Sporting Clube de Portugal, onde será coordenadora do futsal feminino de formação e treinadora da equipa de juniores.

Como foi a gestão do “entusiasmo” e da motivação da equipa sénior feminina em mais uma época em condições de pandemia?

O entusiasmo e a motivação das atletas foram enormes, semelhante às épocas anteriores, por fruto dos apoios da Federação Portuguesa de Futebol (testes semanais ao Covid e transporte). As atletas foram fantásticas!

Qual foi a principal dificuldade de jogar nestas condições?

Para mim a grande dificuldade foi o facto de não poder haver público.

Como foi a rotina de treinos e jogos?

A rotina de treinos até Dezembro foi igual às épocas anteriores. De Janeiro a Abril foi um pouco diferente, devido ao facto de sermos a única equipa em competição e a treinar no concelho da Batalha e, consequentemente, a utilizar o pavilhão municipal, o que nos permitiu treinar em horários mais convenientes e nos dias que pretendíamos.

Durante a 1.ª fase, alguns jogos realizaram-se ao sábado de manhã e tivemos que alterar alguma logística, devido ao trabalho de algumas atletas e de alguns elementos da equipa técnica.

Na 2.ª Fase, a partir de Janeiro, a FPF proporcionou a realização de testes semanalmente, o que tranquilizou toda a equipa.

Foram estabelecidos objectivos no início da época ou pairava alguma incerteza sobre como iria correr?

O objectivo principal de todas as épocas é a manutenção no Campeonato Nacional, o mais rápido possível, e nesta não foi excepção. Esse foi atingido. O objectivo secundário de disputar o apuramento de Campeão e consequente manutenção não foi atingido.
Havia alguma incerteza na continuidade/término do campeonato, devido ao aumento de casos Covid-19, mas com os apoios da FPF (testes e transporte para os jogos), veio a confirmar-se a realização de todas as jornadas.

Que avaliação faz da prestação da equipa este ano?

A prestação da equipa este ano foi fantástica. A equipa mais jovem do Campeonato Nacional, o que implica alguma falta de experiência e maturidade, esteve a muito bom nível. Em determinada altura da época, demonstrou muita vontade, ambição e muito querer (destaco os jogos em Águias de Santa Marta e Chaves), o que fez com que a equipa garantisse a tão desejada manutenção.

Em termos gerais, como avalia o campeonato deste ano em termos de organização e justiça nos resultados?

Em termos de organização foi bom. O facto de haver Delegado da FPF em quase todos os jogos permitiu que se fossem aferindo algumas normas importantes, tais como: medidas de segurança, a não presença de público e outras.
No que diz respeito ao formato da competição, o facto de a 1.ª fase ser apenas a 1 volta condicionou a nossa classificação, devido ao início tardio da nossa pré-época e após uma paragem de 5 meses, por não haver autorização de utilização do pavilhão…

Que trabalho foi possível fazer com a equipa júnior?

Não efectuámos trabalho algum com a equipa júnior. Integrámos algumas jogadoras na equipa sénior e as restantes começaram a treinar em Maio.

Já há perspectivas para a próxima época em relação às equipas femininas?

Após o término da época, continuamos a efectuar 1 treino semanalmente e temos como aposta principal a formação. Sobre a próxima época, com um formato novo do Campeonato Nacional que vai implicar maiores despesas, vamos tentar agendar reuniões com algumas entidades para tentar ajustar algumas situações.

O desporto no CRG tem futuro?…

O estar dependente de horários e de espaços municipais pode condicionar alguns aspectos, mas, tal como nos últimos anos, vamos tentar que o CRG, a primeira equipa Campeã Nacional de Futsal Feminino e com algumas jogadoras internacionais se mantenha.

Novo desafio…

Como foi o processo de decisão e o que representa para si deixar o CRG e aceitar novo desafio no SCP?

Foi uma decisão ponderada e muito difícil. Afinal, não são 21 dias nem 21 meses, são 21 anos de vitórias e derrotas, onde as coisas boas se sobrepõem às menos boas. Foi a minha segunda casa (às vezes a primeira!). Levo para a vida várias aprendizagens e amizades que fiz enquanto estive neste grande clube.

Deixo o Centro Recreativo da Golpilheira com um turbilhão de sentimentos, mas com a consciência de que tudo fiz em prol do desenvolvimento do futsal feminino no clube. Surgiu a oportunidade de representar o Sporting e de conciliar a minha vida profissional. Depois de muito pensar, achei que, neste momento, devia aceitar o desafio.

Representar o Sporting significa ainda mais responsabilidade, devido ao mediatismo e à grandeza do clube.

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