Site icon Jornal da Golpilheira

LPCC: Mulheres avaliam positivamente o rastreio de cancro da mama

O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC.LPCC) apresentou, no dia 16 de Março, o resultado do estudo “Avaliação da percepção das utentes quanto à participação no Programa de Rastreio de Cancro da Mama”. Além de outras conclusões importantes, o estudo evidencia que 99,7% das mulheres está satisfeita com a participação no programa de rastreio, no entanto, cerca de 1/3 considera que o medo de descobrir algo de errado pode ser uma barreira à participação.

O estudo foi desenvolvido em parceria com a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra – em particular, pelo investigador responsável pelo estudo, Bruno de Sousa –, envolvendo, ao todo, 21 investigadores, nomeadamente da Universidade de Coimbra, do NRC.LPCC, da Universidade de Göttingen (Alemanha) e da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha).

Esta análise avaliou, de um modo geral, a percepção quanto à participação das utentes no Programa de Rastreio de Cancro da Mama, concluindo, entre outros aspectos, que:

Prevenir é o melhor remédio

O cancro da mama é um problema de saúde pública com elevada incidência e taxa de mortalidade, sobretudo na mulher. Em Portugal, estima-se que em 2020 tenham sido diagnosticados cerca de 7.000 novos casos e 1.800 mortes provocadas por este tipo de cancro (Globocan, 2023).

A prevenção secundária destaca-se como a principal arma na redução da mortalidade por cancro da mama, seja numa perspectiva individual – de detecção precoce –, seja numa perspectiva colectiva – o rastreio populacional. O principal objectivo do rastreio consiste em reduzir a mortalidade por cancro da mama, podendo ser definido como a aplicação de um teste para identificar precocemente a doença assintomática.

Em declarações à imprensa, o presidente do NRC.LPCC, Vítor Rodrigues, frisa que, apesar dos números apresentados não serem maus, há um caminho a percorrer que passa, nomeadamente, “pela sensibilização, no sentido destas mulheres terem cada vez menos medo. Há ainda aquela ideia de «eu não tenho nada, portanto, não preciso», há algum desleixo e é preciso ter, cada vez mais, uma cultura da saúde e não uma cultura da doença. O benefício é diagnosticar mais cedo, mas o problema é que se for para tratar da saúde não queremos saber muito, mas se é para tratar a doença é para o dia anterior. É quase um «pecado» não aproveitar algo que é fornecido gratuitamente”, conclui.

A secretária-geral da direcção do NRC.LPCC, Natália Amaral, aproveitou, ainda, para realçar que “todas as mulheres convocadas para a consulta de aferição são abordadas, previamente, por um psicólogo do Núcleo, uma acção que pode diminuir o medo do rastreio evidenciado por algumas mulheres”.

Partilhar/enviar/imprimir esta notícia:
Exit mobile version