(Freguesia da Golpilheira • Concelho da Batalha • Distrito de Leiria)
 
>19º Festival de Folclore da Golpilheira

>19º Festival de Folclore da Golpilheira

>Integrado nos festejos do 39º aniversário do Centro Recreativo da Golpilheira, o rancho “As Lavadeiras do Vale do Lena” organizou o seu 19º Festival de Folclore, que animou a primeira noite das festas. Depois do jantar de convívio no salão da associação, entre todos os grupos participantes, seguiu-se o desfile etnográfico, por volta das 21h30. Perfilados no palco todos os porta-estandarte, procedeu-se à entrega de lembranças da Câmara da Batalha, da Junta da Golpilheira e do rancho anfitrião a todos os grupos convidados: Rancho Folclórico de Silva Escura – Sever do Vouga (Beira Litoral), Grupo Etnográfico “Os Esparteiros” de Mouriscas – Abrantes (Alto Ribatejo) e Grupo Folclórico de Meãs – Montemor-o-Velho (Beira Litoral).
No festival que se seguiu, todos os grupos representaram as suas regiões com a maior dignidade e empenho, sempre aplaudidos pelo numeroso público presente, que não regateava as palmas no final de cada dança ou demonstração etnográfica. Ficou a promessa de que para o ano haverá mais, ou seja, o 20º Festival de Folclore, enquadrado no 40º aniversário do Centro Recreativo da Golpilheira.

As Lavadeiras do Vale do Lena
Fundado em 12 de Julho de 1989, na freguesia da Golpilheira, concelho da Batalha e distrito de Leiria, inserido na região de Turismo Leiria/Fátima e representando o folclore da Alta Estremadura. Este foi em tempos um lugar vocacionado para a agricultura, nas margens do rio Lena, onde se cultivava milho, hortas, vinho, azeite e legumes. As suas danças e cantares foram recolhidas de pessoas nascidas na última década do século XIX. Eram as que se “bailhavam” a céu aberto, nas alpenduradas e de portas a dentro, nas eiras, nas descamisadas, nos terreiros pelos Santos Populares, nos “serões dos enxovais”, nos serões dos casamentos, nas “adiafas” da vindima e da azeitona e na “casa da brincadeira”. Seus trajos de trabalho, domingueiro ou de cerimónia, eram os que se usavam a rigor na segunda metade do século XIX. As alfaias, ferramentas e pertences correspondentes a cada actividade também estão representados, como o malhador, a ciranda, a vindimeira, o lagareiro, o abegão, a jantareira e o par de noivos pobres. Os instrumentos usados na tocata são tradicionais da região. Este rancho folclórico é sócio efectivo da Federação do Folclore Português, da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura e filiado no INATEL. Durante estes anos de existência, já teve mais de setecentas actuações, de Norte a Sul do País, tendo participado também em alguns festivais internacionais, nomeadamente em Espanha, França e Roménia.

Rancho de Silva Escura
O Rancho Folclórico de Silva Escura foi fundado em 1 de Junho de 1983, pertence à freguesia do mesmo nome e ao concelho de Sever do Vouga. Simboliza, através dos seus trajes e das suas danças, toda a azáfama das actividades desta pitoresca freguesia, assim como os usos e costumes dos seus antepassados. Esta freguesia ocupa actualmente um vale lindo e poético, do qual sobressai a Cascata da Cabreira, encontrando-se na Beira Litoral, bem na base da Serra do Arestal, tendo sido outrora ali explorada a galena, nas minas do Braçal. Foi, e é, uma região essencialmente agrícola e assim destacamos neste rancho o traje de homem e mulher do campo, a tremoceira, o traje domingueiro dos lavradores ricos, idas à feira, barqueiro do Vouga, o traje de noivos, a fiandeira, a mulher que guardava o gado, a meia-senhora e outros. Viras e modas de roda são o recordar saudoso das lavouras lentas, das desfolhadas, das espadeladas e de tantos outros trabalhos. É filiado na Federação do Folclore Português e no Inatel.

Os Esparteiros de Mouriscas
O Grupo Etnográfico “Os Esparteiros” de Mouriscas, concelho de Abrantes, foi fundado em Agosto de 1975. É sócio efectivo da Federação do Folclore Português e do Inatel. O seu nome deve-se ao grande número de espartarias (fabrico de seiras e capachos para lagares de azeite), sendo elas grande fonte de rendimento da população. O folclore de Mouriscas, bem como os usos e costumes do povo, têm profundas influências em três províncias distintas: o Ribatejo a que pertence; a Beira Baixa, pela sua proximidade e pela vinda dos “ratinhos” para a apanha da azeitona; e o Alto Alentejo, pelas migrações sazonais dos mourisquenses para as mondas e ceifas. O grupo representa o seu povo, entre a época de 1900 a 1920, e tem levado a efeito inúmeras actividades na recuperação e divulgação de saberes e hábitos de antanho, entre elas, a matança do porco, descamisadas, serração da velha, cortejos etnográficos, mercados e logicamente festivais nacionais e internacionais de folclore.

ACDR de Meãs do Campo
Inserido no Baixo Mondego, o Grupo Folclórico da Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Meãs do Campo foi fundado a 13 de Junho de 1975, por um grupo de pessoas que, em jeito de brincadeira, reconstituíram as danças e cantares de finais do século XIX, genuínas da sua aldeia. Em 26 de Outubro de 1981, fundou a associação na qual está inserido. É filiado na Federação do Folclore Português desde 1986. Do vasto reportório das suas danças, destaca-se: Fado Corrido Mandado, Verde Gaio, Vira de Quatro, Passado, Maria dos Anjos, Escumalha. Tem actuado de Norte a Sul do País, incluindo os Açores. Tem feito também algumas actuações no país vizinho, em Espanha.
Manuel Carreira Rito

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