(Freguesia da Golpilheira • Concelho da Batalha • Distrito de Leiria)
 
Vindimas 2011: Muito grau e pouca uva

Vindimas 2011: Muito grau e pouca uva

A adaptação do velho provérbio “muita parra, pouca uva”, que escolhemos para este título, pode servir para um resumo simples da safra das vindimas deste ano. Não que a diferença seja abissal, em relação ao ano passado, mas dá para traçar um denominador comum. “A maioria dos produtores traz menos quantidade, mas as uvas têm mais grau do que em 2010”, afirma Ricardo Borges, gerente da Adega Cooperativa da Batalha, esclarecendo que no ano passado se verificou precisamente o contrário em relação a 2009.
São ciclos que dependem de vários factores, “mas sobretudo do clima, que este ano nos trouxe mais chuva do que o habitual nos meses quentes”, lembra este responsável. Apesar de menor quantidade produzida, os agricultores acabam por ser compensados com “uma melhor maturação das uvas e a subida notória no grau conseguido, também devido ao calor que regressou nos últimos 15 dias, com que muitos já não contavam”.
Ricardo Borges informou ainda ao Jornal da Golpilheira que a quebra de quantidade não irá afectar muito a normal produção da Adega, pois não foi uma descida muito drástica e, além disso, a instituição registou este ano a inscrição de alguns novos sócios. Na data da nossa reportagem, dia 17 de Setembro, já tinham chegado à Adega mais uvas do que no período homólogo do ano passado, mas “ainda é cedo para fazer cálculos sobre a quantidade total, pois notamos que a vindima começou um pouco mais cedo, devido à referida maturação dos cachos”, adiantou o gerente.
A verdade é que já não se vê a circulação de tractores de há alguns anos atrás, mas a fila que encontrámos nesse sábado fez recordar um pouco esses “velhos” tempos: chegava ao cruzamento das escolas, na rua da Freiria. Afinal fora causada por uma pausa forçada pela avaria do sistema de recolha, que atrasou o processo algumas horas. Enquanto na Adega os técnicos se esforçavam por reparar o engenho e colocavam sistemas alternativos a funcionar, alguns agricultores iam protestando pelo demora. Mas são momentos que acabam por servir para o convívio e a troca de impressões entre eles, e ao final da noite tudo corria já sobre rodas.
Dos vitivinicultores da Golpilheira com quem conversámos no local, a maioria confirmou a impressão geral de uma produção mais baixa, mas algo compensada com maior grau, o que veio equilibrar os resultados em termos de receita.
Como conclusão, podemos esperar este ano um vinho bem maturado e com pretensões a ser uma boa opção para reserva.
Luís Miguel Ferraz

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