Um grupo de peregrinos partiu numa jornada espiritual e cultural ao longo do Caminho Português de Santiago, entre Ponte de Lima e Santiago de Compostela, entre os dias 20 e 27 de abril. Entre os 11 devotos oriundos de Leiria, três são naturais da Batalha, embebidos de coragem e fé para desbravar os cerca de 200 quilómetros que separam a terra portuguesa do destino sagrado em Espanha.
Aventurando-se por oito dias, estes peregrinos planearam cada etapa da sua jornada. Ao longo da semana, percorreram uma média de 25 a 30 quilómetros diariamente, desafiando-se física e espiritualmente em busca da iluminação que o Caminho de Santiago proporciona.
‘’A viagem não se resume apenas a uma jornada física; é também uma jornada interior, repleta de momentos espirituais e culturais.’’, disse Ângela, uma das peregrinas. A primeira paragem deste grupo devoto foi em Rubiães, na pitoresca região de Paredes de Coura, onde encontraram repouso num albergue, renovando as energias para os desafios que os aguardavam.
Cada passo dado foi uma homenagem à história e à cultura que permeiam as terras por onde passaram. Da majestosa ponte Romana e Medieval às charmosas vilas de Arcozelo e as freguesias de Calheiros, Cepões e Labruja, os peregrinos foram presenteados com paisagens rurais, que serviram como combustível para as suas almas em busca de paz interior.
O itinerário levou-os também a Valença, atravessando os territórios de Tuy, Porriño, Mós, Redondela, Pontevedra, Brialhos, Valga, Padrón e Téo. Em cada paragem, encontraram não só os desafios do caminho, mas também a generosidade e o calor humano das comunidades locais, que os acolheram de braços abertos.
Como expressou um dos peregrinos: “Peregrinar é mergulhar no nosso interior, ajudados pela atitude exterior de colocar-se ao caminho. São dias em que nos dispomos a deixar para trás tantas coisas que amamos, para nos colocar numa caminhada de escuta”. Estas palavras ressoam, mostrando a essência desta jornada que vai além das fronteiras físicas, alcançando a alma.
Nesta caminhada, encontraram não apenas um destino, mas uma metáfora da própria vida: com os seus altos e baixos, desafios e recompensas, encontros inesperados e lições aprendidas. Unidos pela experiência partilhada, estes peregrinos seguiram em frente, carregando não apenas as suas mochilas, mas também a gratidão pelo simples e essencial, muitas vezes esquecido na azáfama do dia a dia.
Na sua jornada para Santiago de Compostela, estes batalhenses percorreram quilómetros de estradas antigas, mas também se aproximaram de si mesmos e uns dos outros, reafirmando o poder transformador da fé e da comunhão humana no Caminho de Santiago.
Ao chegarem a Santiago de Compostela, o momento foi incrivelmente emotivo, marcado por lágrimas, abraços e uma profunda sensação de gratidão. O pórtico da catedral testemunhou a chegada física destes peregrinos e a chegada espiritual de almas que encontraram paz no percurso.
