>O presidente do município da Batalha convidou os responsáveis pelas principais empresas do concelho e as associações patronais da região, no passado dia 5 de Janeiro, com o objectivo de estudarem em conjunto as formas de enfrentar a difícil conjuntura económica que assola a sociedade mundial, em especial nas suas consequências mais directas neste concelho.
Do diagnóstico efectuado pelos empresários presentes no encontro, António Lucas destaca a situação complexa actualmente verificada nas cerâmicas de barro branco e nas empresas de confecções. No caso das cerâmicas de barro branco, “a crise agora sentida evidencia o mau momento do sector de transformação desta matéria-prima que, paulatinamente, tem vindo a desaparecer no nosso país com o encerramento de dezenas de unidades fabris, lançando no desemprego milhares de trabalhadores”. De acordo com os testemunhos deixados pelos empresários do sector, “a situação é grave e necessita de medidas urgentes, sob pena de se vir a agravar fortemente, com consequências sociais imprevisíveis”, refere a autarquia em comunicado.
Face a este cenário, o município da Batalha solicitou ao Governo, em especial ao Ministério da Economia, a implementação de medidas de apoio urgentes, sobretudo para estas empresas, algumas com mais de 250 trabalhadores, que são automaticamente excluídas da classificação de PME, “facto que agrava em demasia as dificuldades financeiras sentidas pela impossibilidade de acesso às medidas extraordinárias que o Governo tem vindo a implementar”. No entender de António Lucas, “esta situação merece ser revista para que estas empresas, que devido à especificidade do seu trabalho necessitam de bastante mão-de-obra, não sejam mais penalizadas”.
Quanto aos sectores da cerâmica e do vidro, os empresários referiram o enorme peso que o gás apresenta na estrutura de custos, situação com tendência a agravar-se com a perspectiva dos aumentos no início deste ano, a oscilar entre os 9% e os 13%. Curiosamente, referiram os presentes, “os aumentos preconizados para o próximo ano não reflectem o abaixamento do preço dos principais combustíveis que nos últimos tempos se tem feito sentir no plano internacional e que em Espanha se tem concretizado no abaixamento dos valores junto das empresas, para bem da economia, o que levanta aos empresários lusos preocupações de ordem concorrencial”. O mesmo se verifica, aliás, nos preços da electricidade.
Outras dificuldades elencadas foram a demora dos reembolsos do IVA pela DGCI, com especial impacto na estrutura financeira das empresas exportadoras e credoras de IVA em permanência, e também a dificuldade sentida no recurso ao crédito bancário, com os empresários a acusar a banca de “oferecer crédito a quem não precisa e dificultar fortemente o acesso às empresas”.
No dia seguinte ao encontro, a autarquia da Batalha solicitou a “imediata intervenção governamental”, através de ofícios remetidos ao primeiro-ministro, ao ministro da Economia e a todos os grupos parlamentares da Assembleia da República.
De referir que, já em andamento, se encontra também a possibilidade de implementação do projecto FINICIA, em parceria com a NERLEI e com o BES, por forma a serem criados apoios específicos às pequenas empresas que apresentem projectos inovadores e geradores de emprego.
Após esta reunião, o executivo reuniu-se já com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho, para debater a mesma questão das dificuldades sociais do presente, num encontro com o Instituto da Solidariedade e com o Centro de Emprego. Em conjunto debateram algumas das possibilidades de acção para apoio aos munícipes nesta situação de dificuldade, sobretudo no caso dos mais carenciados.
>A Globalização, tal como foi concebida, vai determinar o fim da Europa social que conhecemos, mas ajudará ao nascimento de uma nova Superpotência: a China.O Ocidente caiu na armadilha da Globalização que interessava às grandes Companhias que pretendem aproveitar-se dos baixos custos de produção do extremo oriente, dado os baixos salários e a inexistência de obrigações sociais que trariam maiores lucros a essas companhias multinacionais. Mas como esses países têm um baixo poder de compra e a produção no oriente destina-se sobretudo à exportação para o ocidente e se o ocidente não tiver poder de compra, as Companhias não vendem e acabam por ser vítimas também da situação criada.Ao aderiram ao desafio da “globalização selvagem”, os países da União Europeia prometeram ao seus cidadãos que as suas economias se tornariam mais robustas e competitivas (não sei bem como). Não exigiram aos países do oriente que prestassem às suas populações melhores condições sociais, como: criar regras laborais, melhores salários, menos horas e menos dias de trabalho, férias anuais pagas, assistência na infância, na saúde e na velhice para poderem aceder livremente aos mercados do ocidente, não! o ocidente optou simplesmente por abrir as portas à importação sem essas condições, criando assim uma concorrência desleal e “selvagem” da qual o ocidente não poderá ganhar e a única solução será a de nivelar as condições sociais ocidentais pelas dos países do oriente e é a isso que estamos a assistir neste momento. Acresce que esses países nem sequer estão comprometidos com a defesa do ambiente e as suas tecnologias são mais baratas mas altamente poluentes. Assim, o ocidente e a UE ditou a sua própria “sentença de morte”. Será que os trabalhadores dos países da UE, depois do nível social atingido, vão aceitar trabalhar a troco de um ou dois quilos de arroz por dia sem direito a descanso semanal, sem férias, sem reforma na velhice, etc…? Não! , enquanto algumas empresas fecham portas para sempre e outras se deslocarem para a China ou para a Índia, o ocidente irá caminhar num lento definhar em direcção ao caos: a indigência e o crime mais ou menos violento irão crescer e atingir níveis inimagináveis apenas vistos em filmes de ficção que nos põe à beira do fim dos tempos como o descrito nos escritos bíblicos. A época áurea Europa será coisa do passado, encher-se-á de grupos de salteadores desesperados, sobrevivendo à custa do saque e a Europa deverá voltar a uma nova “Idade Média”. Zé da Burra o Alentejano
>Também concordo com parte desta teoria da Globalização. Mas acredito que ela terá um reverso: ao mesmo tempo que nos tornámos permeáveis às economia orientais, também exportámos influências para Leste e Oriente. Acredito que aí poderá estar uma resposta para que o fim não seja esse apocalíptico de que fala, mas sim um re-equilibrio das economias à escala global. Se os povos desses países começarem a desenvolver um conceito de si mesmos mais “ocidentalizado” e a exigir algumas das condições que nós temos, então teremos aí de novo um mercado de oportunidades, pois a grande maioria da população está aí situada. Parece-me que esse seja o destino do próximo investimento ocidental, porque essa será a via para se salvar da catástrofe do excesso de produção sem consumidores capazes de a absorver…