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Quando se fala de História, podemos ser tentados a pensar num conjunto de matérias enterradas no passado, que só interessam aos historiadores, quais devotos do passado que passam a vida dentro dos museus, arquivos, caves de bibliotecas e depósitos de velharias. E facilmente recordamos os tempos de escola e a imagem dos livros pesados, cheios de datas, nomes e acontecimentos que era preciso saber de cor, para despejar nos exames e… mais tarde esquecer.
No entanto, a “nossa História” deve ser entendida como fonte de leitura para a realidade presente e mesmo como fonte de inspiração para a construção do futuro, porque é nela que encontramos as raízes da nossa identidade social e cultural, aquilo que nos distingue como povo e como pessoas. No fundo, é entendendo as conquistas e sofrimentos dos nossos antepassados, é lendo e interpretando as suas vidas que podemos descobrir as razões daquilo que somos hoje, daquilo que já éramos antes de sermos, isto é, da nossa “alma” colectiva, existente antes de nascermos como indivíduos. Neste sentido, a História é o repositório daquilo que devemos aprender… para mais tarde recordar.
Foi com essa intenção que o Jornal da Golpilheira tomou em mãos o projecto de editar um livro de História, um livro da “nossa História”. Porque, se hoje um jornal serve para retratar o presente das pessoas e das ideias, o seu contributo pode ser também o de informar esse presente com os dados que o justificam e o fundamentam. Porque uma terra, como referi no prefácio da obra, é mais, muito mais do que do que a delimitação das suas fronteiras. É gente, identidade, alma e sangue e vida em nós, parafraseando o célebre poema de Florbela Espanca, com o qual podemos resumir também a intenção deste livro: “dizê-lo, cantando, a toda a gente!”.
É assim que gostaríamos que todos os golpilheirenses lessem este livro, não como um conjunto de textos maçudos, nem mesmo de conhecimentos para decorar, não como um repositório de antiguidades ou um objecto de arquivo ou decoração numa estante, mas como a “sua” História, uma fonte para perceber como foi a vida de tempos remotos nestas mesmas terras que habitamos, donde retirar luzes para perceber a riqueza do nosso presente, e um orgulho para encararmos com confiança a construção do futuro.
Procurámos, por isso, que fosse uma obra de reconhecido mérito científico, não de lendas ou fantasias, mas de publicação dos verdadeiros documentos que marcaram esse percurso, onde podemos encontrar o retrato fiel das coisas tal como elas foram. O reconhecido mérito e consistência do trabalho do historiador Saul António Gomes dão-nos essa garantia. Não temos palavras para agradecer a este grande investigador ter aceite o nosso convite para elaborar este estudo, que se junta a centenas de outros por ele efectuados, sobretudo sobre a nossa região. E sobre isso, as centenas de pessoas que vieram participar na sessão de apresentação não ficaram com qualquer dúvida, ao ouvir a exposição feita pelo autor, num discurso vivo e claro de quem diz o que sabe e sabe o que diz. Com a certeza que lhe advém do estudo das fontes e da sua análise ponderada e consistente.
Procurámos também enriquecer o livro com ilustrações de património e paisagens da freguesia nos nossos dias. Dado que estamos a comemorar as Bodas de Prata da freguesia, estas imagens ficarão também para os vindouros como testemunho da história actual desta nossa realidade.
Resta-nos, finalmente, agradecer a todos os que connosco colaboraram para levar este projecto em frente. Desde os pequenos contributos de vários colaboradores locais aos incentivos recebidos da Junta de Freguesia e de parceiros como o CEPAE e a editora Folheto Edições & Design. Mas, sobretudo, aos que possibilitaram o seu financiamento…
Em primeiro lugar, à Câmara Municipal da Batalha, cujo executivo decidiu por unanimidade tornar o Município parceiro directo nesta edição. Sem esse imprescindível apoio, seria de facto impossível termos nas mãos este livro, com estas características de qualidade. Na pessoa do seu presidente, António Lucas, o nosso muito obrigado por esta prenda cultural à Golpilheira.
Em segundo lugar, aos mecenas, entidades e empresas que patrocinaram também a edição: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Batalha; Lenageste – Contabilidade e Gestão de Empresas; Grupo Lagoa
Lagoa’s Decor – Materiais de Construção; Fátima Cruz Criações e Street Fashion – Moda e Pronto-a-Vestir; REP – Recuperados de Plástico; Celeiro do Móvel – Decorações e Ambientes; Caixa Geral de Depósitos – Agência da Batalha.
Depois, às ofertas para a sessão de apresentação: ao professor e músico Jorge Humberto e ao rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena” do CRG, que animaram com música e dança esta tarde; à Isaflores pelo centro de mesa; à Padaria de S. Bento pelo pão; à Adega Cooperativa da Batalha pelo vinho; à Junta de Freguesia pelo lanche oferecido no final a todos os presentes; e à direcção e funcionários do Centro Recreativo da Golpilheira, pelas instalações e por todo o apoio logístico.
Uma palavra especial vai para o nosso amigo José Travaços Santos, que gentilmente aceitou o convite para fazer a apresentação do autor da obra. Travaços é também um dos mestres maiores da história desta região, uma verdadeira enciclopédia de conhecimento e de vida, a quem todos os historiadores recorrem quando querem falar da Batalha e o seu Mosteiro, da Alta Estremadura e de Portugal em geral. Homem de uma cultura invulgar, sempre disponível para partilhar com todos a sua sabedoria, é também um Senhor na integridade dos valores que defende e da vida em que os exemplifica. O nosso muito obrigado, também por isso.
Finalmente, a cada pessoa que marcou presença nesta festa e a todos os que adquirirem o livro. O mais importante será cada um dos leitores, natural, residente ou amigo da Golpilheira. É a cada um deles que se dedica todo este trabalho. Se não houver leitores, nada disto valeu a pena.
A todos, em nome da equipa do Jornal da Golpilheira e outras entidades envolvidas na produção desta obra, o meu muito e muito obrigado.