>Massagem Shantala Por Carina Pereira, Terapeuta de Massagem
A Shantala é uma massagem milenar indiana, sem registo de quando surgiu exactamente, em Kerala, no Sul da Índia.
Foi descoberta quando o médico francês Frédérick Leboyer, de passagem pela Índia, se deparou com a cena de uma mulher numa calçada pública massajando o seu bebé. De seu nome Shantala, ela era paraplégica e estava numa associação de caridade em Pilkhana, Calcutá.
O ambiente que Leboyer percorrera até então era completamente hostil, mas a cena da massagem fez com que a beleza e harmonia dos movimentos de Shantala transformasse tudo à sua volta.
Leboyer pediu para fotografá-la e filmá-la. Ela, admirada pelo interesse numa prática tão simples e corriqueira, aceitou. Durante dias, ele acompanhou a massagem de Shantala ao seu bebé, captando atentamente cada movimento. Leboyer fez o possível para que as fotografias exprimissem a profundidade e o amor envolvidos.
Em homenagem a esta mãe, o nome da técnica de massagem em bebés chama-se Shantala. Na índia, essa prática não tem um nome específico, pois trata-se de uma actividade que faz parte da rotina de cuidados com o bebé.
Graças à “descoberta” de Leboyer, e ao seu livro “Shantala, massagem para bebés, uma arte tradicional”, Shantala vem sendo cada vez mais popular em todo o mundo e cresce a cada dia o número de pesquisas científicas que objectivam comprovar os seus benefícios.
Mas há um aspecto que transpõe as pesquisas científicas e suas comprovações: a relação mãe/filho e pai/filho. Foi esse encantamento, a relação, interacção e vinculação que encantou Leboyer e que no Ocidente é vista como uma forma dos pais aprofundarem o vínculo afectivo com os seus bebés.
Shantala traduz um momento especial, oferecendo a oportunidade de os pais terem um contacto mais prolongado com o bebé. O toque carinhoso é a melhor forma de os pais se aproximarem do bebé após um dia de trabalho, transmitindo amor e carinho através das mãos.
Esse contacto ajudará muito os pais a conhecerem o corpo do seu bebé, e como se comunicam, isso é muito importante e ajudará em muito nos dias difíceis da criança.
“Sim, os bebés tem necessidade de leite, mas muito mais de serem amados e receberem carinho, serem levados, embalados, acariciados, pegados ao colo e massajados”, resume Leboyer.