(Freguesia da Golpilheira • Concelho da Batalha • Distrito de Leiria)
 
>Mulheres no desporto: “O Jogo das Raparigas”

>Mulheres no desporto: “O Jogo das Raparigas”

>Realizou-se no dia 13 de Maio, na sede da Associação de Futebol de Leiria, um encontro promovido pela APMD – Associação Portuguesa das Mulheres e Desporto, com o lema “O Jogo das Raparigas”, sobre esta organização de luta pelos direitos das mulheres, sobretudo a igualdade entre mulheres e homens no desporto.

Neste evento estiveram representadas entidades locais, atletas e equipas da região, que partilharam experiências sobre a promoção do desporto feminino no distrito de Leiria. Foram apresentados alguns problemas, nomeadamente na formação de equipas de Futebol de 11. Infelizmente, não há muitas raparigas a praticar desporto e mais concretamente o futebol.

Estou um pouco por dentro desta situação. Sou também director duma colectividade que tem duas equipas de futsal feminino, uma de juniores e outra de seniores. Para recrutamento de jogadoras, temos de procurar numa vasta região, o que por vezes não é fácil. Apesar de hoje já se olhar de maneira diferente para estas modalidades, ainda existem alguns preconceitos.

A maioria das equipas seniores são compostas por muitas jovens juvenis e juniores. Dou muito valor às jovens e menos jovens que praticam qualquer desporto, mas em especial às atletas de futebol e futsal. Ao longo da sua carreira, abdicam de muitas coisas, o que as torna por vezes pessoas diferentes, mas felizes por divulgarem estas modalidades. Enquanto elas treinam, jogam, cuidam da sua alimentação e do seu corpo, para poderem ser atletas exemplares, a maioria está no conforto do seu ninho, sem mexer uma palha. Não conheço muito da realidade do futebol de 7 e de 11 do Distrito, mas conheço muito bem o futsal e admiro a dedicação, a entrega, o espírito de sacrifício de todas as praticantes. Na equipa do CRG, há atletas que fazem parte do plantel há mais de dez anos. Alegro-me por continuar a vê-las felizes. Algumas fazem bastantes sacrifícios para virem aos treinos semanais e aos jogos. Com certeza que não têm tempo para outras coisas, mas foi uma opção.

Há uma situação que não posso deixar de comentar: elas começam normalmente com 11, 12, 13 anos, vão crescendo, o nível escolar aumentando, as exigências cada vez maiores, mas não vejo muitas a desistirem, mesmo quando vão tirar cursos superiores. Com a sua habilidade, conseguem conciliar as suas tarefas, até porque, como tratam da sua educação escolar, educação espiritual, psicológica e mental, também vão tratando da educação do físico. A simbiose de todos estes valores é a chave do sucesso para todos nós. Depois de formadas, vem o desafio do mundo do trabalho, que hoje está muito difícil de conquistar. Devem também pensar em constituir família, ser mães, etc., decisões que também serão nalguns casos adiadas pelo amor ao desporto. Será um dilema para muitas delas. Aproveito para prestar a minha sentida homenagem a todas as mulheres desportistas de Portugal. São autênticas heroínas, cujos sacrifícios pelo desporto são exemplo para muitos homens.

Manuel Carreira Rito

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