(Freguesia da Golpilheira • Concelho da Batalha • Distrito de Leiria)
 
25.ª Semana Cultural:  A Golpilheira a mexer-se

25.ª Semana Cultural: A Golpilheira a mexer-se

Mais uma Semana Cultural da Golpilheira, já na sua 25.ª edição, encheu os dias em torno do Verão de S. Martinho, que este ano teimou em ser Inverno. Independentemente do clima, a festa fez-se, houve convívios, refeições, colóquios, espectáculos e muita animação para miúdos e graúdos.
Nem todos os golpilheirenses participam, mas quem o faz sabe que são dias em que se sente a Golpilheira a mexer-se.
Estas coisas vivem-se e não vale a pena gastar muitas palavras a dizer como foram boas. Não há nada como participar para ter a noção perfeita de como é importante festejar estes momentos associativos, como são interessantes os assuntos que se debatem, como valem a penas os fantásticos espectáculos que acontecem.
De qualquer modo, para ficar o registo para a história, deixamos algumas palavras e fotos sobre cada um dos dias.

Dia 8 – Revista (fotos)
A abertura foi em festa e com um espectáculo de qualidade. O salão encheu-se para ver uma bela revista à portuguesa e não deu o seu dinheiro por mal empregue, com animação permanente, boas risadas, música e toda a cor que é típica destes “shows”. Luís Aleluia e companheiros mostraram a qualidade que lhes dá prestígio nacional e este “Ó Zé bate o pé!”.

Dia 9 – Castanhada (fotos)
O convívio de São Martinho deste ano viajou até à Cova do Picoto e Ponte de Almagra. Os habitantes locais não deixaram os seus créditos por mãos alheias e prepararam um belo cenário de eira tradicional, onde as castanhas e a água-pé foram apenas o pretexto para um convívio onde não faltaram outros bons petiscos. Várias dezenas de pessoas passaram pelo local e a chuva que ameaçara durante a tarde em se atreveu a aparecer.
Enquanto a comida e a bebida iam correndo pelas mesas, o rancho folclórico “As Lavadeiras do Vale do Lena” entrava na eira e começava a descamisada. Foi rápida, pois era só uma demonstração, mas longa foi o resto da noite com bom folclore a varrer a eira, onde também os populares presentes foram convidados a participar. Um serão rico que passou da meia-noite!

Dia 10 – Almoço +60 (fotos)
É já tradicional o almoço que a colectividade oferece por esta altura aos mais velhos e doentes, como prova de solidariedade e de gratidão pela sua oferta à sociedade por tantos anos. É sempre uma tarde animada, com boa gastronomia e melhor animação, onde a intervenção do público é a chave do sucesso. Os cerca de 200 participantes deste ano puderam comprovar isso mesmo.

Dia 11 – Alimentação (fotos)
No cartaz inicial, esta noite estava livre, mas a Comissão de Pais e Encarregados de Educação das Escolas da Golpilheira achou por bem preenchê-la com um interessante colóquio sobre nutrição infantil, com a nutricionista Diana Ferreira. Entre muitos conselhos bem interessantes para melhorar a alimentação das nossas crianças, sublinhamos o alerta especial para o açúcar, que está presente em doses massivas em quase tudo o que está à venda para elas, sobretudo nas guloseimas e refrigerantes, mas também nas propostas para um pequeno-almoço “saudável”, em leites, iogurtes, cereais, etc. O melhor mesmo é ler bem os rótulos e evitar tudo o que tenha açucares ou adoçantes químicos. Uma nota para a exposição que esteve patente neste dia, de trabalhos das crianças da EB1 da Golpilheira realizados a partir de materiais reciclados.

Dia 12 – Cultura (fotos)
“Caminhos de cultural local – Horizonte 2027” foi o tópico para uma conversa interessantíssima com Paulo Lameiro, coordenador da candidatura Leiria Capital Europeia da Cultura 2027, e Hugo Ferreira, director da Omnichord Records. Falou-se de arte e cultura como investimento no que nos distingue verdadeiramente como humanos, de conceitos e de gostos, e também do valor económico e turístico dos produtos culturais. Colocou-se a tónica na criatividade e invenção do futuro, mesmo com a reconstrução da tradição, mas o importante mesmo é a união em torno de objectivos comuns, é pensarmos a cultura como o que nos torna colectivos e nos dá uma identidade. Muito mais se disse sobre a vida em geral, pois é aí que acontece a cultura, e não num acto criativo isolado. Uma pena não ter havido mais gente a aproveitar…

Dia 13 – Seniores (fotos)
Carlos Agostinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Batalha, e Célia, vieram falar sobre os novos desafios para a promoção de um envelhecimento saudável e digno. Cada vez vivemos mais anos, o que é bom, mas há problemas que a sociedade não está a conseguir resolver, como a solidão ou a desocupação após uma vida muito activa. Uma das questões é a da habitação, pois cada vez menos os lares são uma solução consensual. Cooperativas de habitação, coabitação com familiares ou amigos, bairros seniores ou outras soluções têm sido postas em cima da mesa. A maioria das vezes, porém, para pessoas com mais recursos financeiros. A questão mantém-se para as soluções mais económicas, como saber quais as condições mínimas a exigir numa residência colectiva para seniores, como a que está a ser construída pela Misericórdia da Batalha. Uma coisa é unânime: é importantíssimo o envolvimento e acompanhamento dos filhos e outros familiares para uma vivência satisfatória da fase final da vida.

Dia 14 – Reabilitação (fotos)
Foi já definida a Área de Reabilitação Urbana (ARU) da Golpilheira. O que significa isso, que tipo de obras poderão ser feitas, que benefícios existem e quem poderá beneficiar? Essas e outras questões foram respondidas pelo arquitecto João Pragosa e o engenheiro civil Paulo Bagagem, bem como pela arquitecta Liliana Moniz, vereadora da Câmara Municipal, que participou nesta conversa. Sendo importante apostar na recuperação e restauração dos centros urbanos degradados, é também fundamental preservar a traça original o mais possível, optando por soluções ambientalmente sustentáveis, com escolha de materiais e métodos que garantam a qualidade dos imóveis. Os potenciais interessados deverão consultar os mapas e regras desta ARU na Junta de Freguesia ou na Câmara.

Dia 15 – Cinema infantil (fotos)
É sempre salão cheio neste dia. Miúdos e graúdos vêm assistir à projecção de um filme de animação, este ano “Os Super-Heróis da Selva”. No final, ainda levam um saquinho de pipocas para adoçar a boca…

Dia 16 – Moda (fotos)
A noite é de propostas de moda para todos os gostos e idades. As lojas FC…IN, de Fátima e Vitor Cruz, organizam o certame e trazem até à passarela modelos para ocasiões mais descontraídas ou de cerimónia, mostrando como o bom gosto pode ser simples ou sofisticado. As manequins são “prata da casa”, mas fazem o trabalho como as profissionais, com muito glamour e sofisticação. E há apontamentos de animação que ajudam a completar um espectáculo cheio de luz, cor e movimento. Este ano, a abertura foi ao ritmo de dança hip-hop, com os grupos UpSquad e FireUp, do CRG, e pelo meio actuou a jovem cantora Zara Furtado, uma verdadeira promessa da música nacional. Outro ponto de animação foi a “transformação” visual de três voluntárias da assistência, com roupas da FC…IN e cuidados estéticos das Alma Hair. Por fim, uma nota especial para a jovem estilista golpilheirense que dá nome ao Melissa Cruz Atelier, uma criadora de moda que revela um talento muito especial, como ficou provado em duas passagens de vestidos de festa de Inverno, com múltiplas opções estéticas de modelo, cor ou estilo. O salão estava composto, mas, só por este desfecho, valia a pena dobrar a assistência.

Dia 17 – Freguesia (fotos)
Toda a freguesia aparece em acção neste dia de fecho da Semana Cultural. A chuva não impediu o povo de sair à rua para o passeio matinal pela região. Gastas as energias e, como já chegava de molha, o almoço seguiu para o salão de festas da colectividade. A Junta oferece o porco, o CRG encarrega-se das bebidas, a comissão de festas do Senhor dos Aflitos vende as sobremesas, a Comissão de Pais com a Escola do 1.º CEB e o Jardim-de-Infância vendem produtos da terra, artesanato e miminhos diversos. Cerca de duas centenas de pessoas aproveitam uma bela tarde de convívio e alegria, com muitas crianças à mistura. É uma freguesia feliz, aquela que festeja assim em amizade.

Fiéis defuntos (fotos)
No final de tudo, recordam-se os que já partiram. A igreja encheu-se para a Missa dominical com ofícios de defuntos, seguida de romagem em procissão de velas até cemitério. Uma oração pelos familiares e amigos é o tónico perfeito para uma despedida desta semana intensa. O céu é o destino e a esperança não morre entre os vivos. Por isso, acreditamos que… para o ano há mais.
LMF

Partilhar/enviar/imprimir esta notícia:

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.