No passado dia 30 de Março, reuniu-se a Assembleia Geral Ordinária do Centro Recreativo da Golpilheira, tendo como principal ponto de agenda a votação do relatório da Direcção, contas do exercício de 2022 e parecer do Conselho Fiscal.
Em conjuntura desfavorável, ainda por via da crise pandémica em curso naquele ano e de novos factores como a guerra na Ucrânia e a elevada inflação, que levaram a um exponencial aumento de preço das matérias-primas e energia, o exercício deste ano cifrou-se num saldo negativo de cerca de 46 mil euros, sendo cerca de metade pela operação contabilística das amortizações.
Em números globais, comparativamente a 2021, os rendimentos subiram 14%, de 426 para 486 mil euros, a facturação subiu 28%, de 343 para 441 mil euros, mas os donativos desceram também 28%, de 70 para 45 mil euros, e os gastos na mesma percentagem, de 416 para 533 mil euros. A rubrica do investimento registou um valor de cerca de 30 mil euros, referente às obras do novo bar, em fase final de construção. Daí resulta um crescimento do activo (imóveis e outros valores) em 30 mil euros, cifrando-se em 524 mil euros, e do passivo (dívidas e encargos) em 90 mil euros, para um valor de cerca de 320 mil euros. Os fundos patrimoniais, valor global da associação em 2022, situam-se nos 203 mil euros.
A esse propósito, alguns sócios defenderam que deverá fazer-se uma análise pormenorizada dos vários centros de custo, nomeadamente do bar e do restaurante, em ordem a apurar os verdadeiros lucros obtidos e a eventual necessidade de subir alguns preços de venda. Foi, também, sugerida a análise aos custos e margem libertada pelo fornecimento de refeições escolares, em ordem a renegociar os protocolos com a autarquia, em caso de necessidade. O objectivo será que as actividades comerciais gerem receita para potenciar as actividades sociais e culturais do clube.
As contas foram discutidas, votadas e aprovadas por maioria, com uma abstenção.
Um segundo ponto de agenda foi a aprovação de uma autorização à Direcção para reforço de financiamento junto da banca, até 70 mil euros, num empréstimo a pedir pelo prazo de 15 anos e com avalistas privados, destinado a finalizar as obras e a outros investimentos no novo bar. A autorização foi aprovada por unanimidade.
Foi, ainda, aprovado por unanimidade um voto de louvor aos órgãos sociais e colaboradores da associação, pelo empenho e esforço pessoal em tempos de especial dificuldade, bem como aos emprestadores e avalistas actuais e futuros, que têm permitido alguma capacidade de investimento e crescimento desta casa que é de todos os golpilheirenses.
Em debate estiveram, por fim, alguns assuntos de interesse para o futuro da colectividade, como o uso a dar ao espaço onde funciona actualmente o bar e outras salas anexas, tendo sido apresentadas ideias para um salão nobre polivalente, com possibilidade de exposição etnográfica e biblioteca, onde possam realizar-se reuniões, conferências e sessões culturais diversas, algo que não existe actualmente na freguesia. O assunto será debatido nos próximos tempos.
LMF