No ano passado, por esta altura, começávamos a ouvir falar num certo vírus que grassava lá pela China e começava a causar mortos em cadeia. Era tudo tão longe, ainda… o Natal no mundo ocidental viveu-se na alegria de quem se habituou a dar como garantido um estilo de vida certo, livre e seguro. Certeza, liberdade e segurança são agora três conceitos vagos. De facto, mal sabíamos o que aí viria, quando, passados 3 meses do novo ano, o surto irrompeu com toda a violência pela Europa dentro e pelo mundo em geral.
Ainda pensámos que era coisa para nos preocupar umas semanas, depois uns meses… até nos apercebermos de que o prazo vinha sem data marcada. Prestes a fechar este ano de má memória e sem saudades, nem as sombras de esperança de uma possível vacina nos dão grande optimismo e confiança…
Assim, entraremos em 2021 com o chavão do “novo normal”, que mais não é do que uma anormalidade estranha. Andarmos mascarados, afastados uns dos outros e agarrados aos desinfectantes nunca poderá ser algo a que possamos chamar “normal”, seja “novo” ou “velho”. Portanto, não podemos deixar de desejar e trabalhar para que regresse a verdadeira normalidade. São os nossos votos para 2021!
Costumamos dizer, como frase feita, que a saúde é o bem mais precioso. No entanto, passamos a vida a correr atrás de outros bens, até estragando a saúde. Agora, sim, estamos convencidos. Quem de nós não trocaria todas as prendas deste Natal por um bilhete mágico de imunidade? Ou por uma garantia de que, no fim de tudo, estará por cá a respirar saúde? São os nossos votos para um Santo Natal!
Luís Miguel Ferraz