(Freguesia da Golpilheira • Concelho da Batalha • Distrito de Leiria)
 
O “estranho” silêncio da Saúde

O “estranho” silêncio da Saúde

Serviços regionais demoram em dar resposta

Como temos referido, o encerramento da Extensão de Saúde da Golpilheira foi-nos garantido por fonte segura e parece estar cada vez mais próximo.
Para além da prova que era a ausência da placa da Unidade de Saúde Familiar (USF) da Batalha, que já se encontrava afixada nas outras unidades do Centro de Saúde da Batalha e nas extensões de Reguengo do Fetal e de S. Mamede, nas últimas semanas tem sido feito aos utentes da Golpilheira o “convite” a mudarem a sua ficha para a Batalha, “se quiserem continuar a ser seguidas pelo actual médico”.
Muitas pessoas já fizeram essa transferência, alegando que “não há outro remédio e mais vale mudar do que ficar sem médico”. No entanto, há alguns que resistem a esta “pressão”, mantendo viva a esperança de que esta Extensão de Saúde não encerre. Algumas pessoas que falaram ao Jornal da Golpilheira mostravam a sua admiração por esta situação, sem haver qualquer esclarecimento ou dado concreto sobre o encerramento ou não da unidade. Houve até quem perguntasse: “Caso o encerramento se venha a decidir pelo número baixo de utentes na Extensão da Golpilheira, não estaremos nós a contribuir para isso ao aceitarmos fazer a transferência para a Batalha antes de se saber oficialmente que vai fechar?” Uma boa pergunta…
A este propósito, António Lucas, presidente da Câmara da Batalha, referiu ao Jornal da Golpilheira que, após alguns meses de negociação, “o processo parece ser irreversível, pelo que o mais sensato será os utentes fazerem a sua transferência para a Batalha”. O autarca afirma ter lutado para evitar este desfecho e diz desconhecer também a forma e a data concretas como será feita a passagem da Golpilheira para a USF. Ainda assim, António Lucas defende que “a população não deverá ser deixada sem médico de um dia para o outro”, pelo que irá exigir dos serviços de saúde uma solução que contemple “a transferência automática de todas as fichas, cabendo depois a cada utente decidir se quer ficar ou não integrado na USF da Batalha”. Lembramos que quem não o desejar ficará sem médico de família e deverá recorrer aos serviços de um Centro de Saúde independente da USF, em Leiria ou noutra localidade.

Saúde em silêncio
Tudo fizemos para nesta edição darmos toda a informação sobre o presente e o futuro deste edifício, pedindo aos serviços regionais de saúde algumas respostas a esse respeito. Até ao encerramento da edição, não conseguimos obter essas respostas. Esperamos ter todos os dados para o mês de Outubro, talvez numa altura em que o processo já esteja encerrado e já seja tarde para qualquer tipo de opção.
Encaramos com estranheza a demora dos serviços em informar as populações sobre as decisões que parecem já estar tomadas há muito tempo. Será que a Direcção Regional de Saúde aprovou a USF da Batalha sem um plano definido para o seu funcionamento? Será que a direcção dessa USF não sabe já quais os equipamentos que vai usar e quais vão ficar de fora? Será que os médicos que integraram essa USF não foram também informados sobre os locais e horários onde irão exercer? Se ninguém sabe ainda, ou se ainda não se decidiu o seu encerramento, porque estão a convidar os utentes da Batalha a mudarem-se para a Batalha, um a um, à medida que vão a uma consulta à Extensão da Golpilheira? Se sabem já a resposta, porque tardam em anunciar publicamente a decisão? Será apenas para evitar “ondas” e esperar que a Extensão acabe por fechar quase naturalmente, quando quase toda a gente tiver já transferido a sua ficha?
São perguntas que ainda não têm resposta, num processo que parece cada vez mais “estranho”. Não seria mais correcto falar claramente à população, explicar os motivos das decisões e comunicá-las de modo frontal? Parece-nos que isso seria preferível a andarmos a “jogar às escondidas” com a população da Golpilheira.

Manuel Carreira Rito | LMF

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