(Freguesia da Golpilheira • Concelho da Batalha • Distrito de Leiria)
 
“Zé Bate-chapas” expõe veículos restaurados

“Zé Bate-chapas” expõe veículos restaurados

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Na festa dos seus 50 anos de idade

“Não é todos os dias que se faz 50 anos e quis juntar os familiares e amigos para celebrar esta data especial da minha vida”, afirmou José Luís Almeida Monteiro, mais conhecido por “Zé Bate-chapas”, no passado dia 21 de Abril, numa festa onde juntou mais de uma centena de convidados.
Filho de Manuel Matos Monteiro, da Cividade, e de Maria da Graça Almeida, da Azóia, foi naquela freguesia que nasceu José Luís Monteiro, mas regressou à Golpilheira, mais concretamente, ao Casal de Mil Homens, em virtude do seu casamento com Maria Rosa Grosso da Silva, ali residente, com quem tem três filhos: o Diogo, o Ricardo e o Simão.
Aprendeu a profissão de bate-chapas aos 15 anos e, aos 29, partiu para a Suiça, onde se especializou em pintura automóvel e no restauro de veículos antigos, sobretudo americanos.
Em 1999 regressou a Portugal, abrindo uma oficina no Casal de Mil Homens, onde continuou a desenvolver o seu passatempo preferido: o restauro de antiguidades. “É um trabalho que me dá muito prazer, embora seja exigente e meticuloso, pois a maioria vem em muito mau estado e é preciso repor grande parte da chaparia, fazer a pintura à mão e cuidar todos os pormenores para fique igual ao que eram em novas”, refere este artista golpilheirense.
Foi daí que partiu a ideia para a decoração da sua oficina nesta festa: uma exposição com 10 motorizadas e 6 bicicletas recuperadas por si nos últimos anos, a maioria trazidas propositadamente pelos respectivos proprietários, pois já circulam como novas por aí.
Embora também recupere automóveis, o espaço limitou-se aos veículos de duas rodas, alguns deles verdadeiras relíquias históricas. “As pessoas dão muito valor a estas peças do passado, que são de facto obras de arte, mas é um serviço que exige algum investimento, pois tem muito trabalho manual, uma vez que a maioria das peças já não se encontram”, confessa José Luís.
Como exemplo, mostrou-nos a lanterna típica das bicicletas do início do século, alimentadas a gás acetileno. Num compartimento colocava-se uma pedra de carboneto de cálcio, noutro a água que gotejava sobre a pedra para produzir o gás. Esta substância orgânica, gasosa, incolor e muito perigosa, dava origem a chamas vivas, que alumiavam a câmara da lanterna. Um mecanismo que, para além de uma interessante peça de engenharia mecânica, era também um bonito ornamento do veículo.
“O resultado final é um orgulho para mim e justifica todo o trabalho que dá”, afirma o bate-chapas, que só tem pena de “não dar para viver exclusivamente destes trabalhos, apesar de haver bastante procura”, pelo que executa também trabalhos comerciais de chaparia automóvel.
LMF

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