Lá fora, sentimos os tremores de novidades incertas. Gritos de guerra misturados com promessas furadas de paz. Percepções de violência negadas e realidades descobertas de crime silencioso inimaginável. Galos de poder a brincar aos milhões, com as botas cravadas no sangue e suor de quem só procura sobreviver. Há vida nova neste novo ano e desconfiamos sempre se não seria preferível a vida velha já conhecida.
Cá dentro, à nossa volta, tudo parece fluir com calma. Por vezes, calma demais, daquela que nos faz desconfiar se não traz tempestade escondida. Há vitórias e prémios, há festas e folias programadas, há dinamismos de construção e crescimento. E há também as perdas e as partidas, os pequenos problemas que são apenas gigantes para cada um que os vive. A vida nossa de cada dia vai correndo já pelo ano adentro e aguardamos que seja renovadora e preferível à antiga.
A palavra do ano é esperança, pelo menos nos discursos religiosos. É a ela que nos agarramos para acreditar que vale a pena sonhar. Na vida comunitária, que se espelha um pouco neste jornal, procuramos esses sinais de novidade. Mais virão, assim saibamos manter a esperança acesa e as mangas arregaçadas.
Votos de ano bom para todos!