Aos 26 anos, o seu jornal quer-se adulto. Cada vez mais, interessam-lhe as histórias por dentro dos factos, o sumo que se descobre doce por dentro de uma casca aparentemente ácida, a seiva da árvore que teima em sobreviver à crosta áspera do mundo. Por isso dizemos tanto do que podia dizer-se numa frase, à procura de levar aos leitores o que interessa que vejam além do que todos vêem na distracção da fugacidade. Duvidamos, muitas vezes, se vale a pena. Acreditamos sempre que haverá leitores – muitos – que agradecem o presente. Em cada escrito retirado às noites longas, há essa esperança de que haja quem nele veja alguma luz.
Por outro lado, um adulto bem formado gosta de divertir-se. Procuramos a leveza que satisfaz, o exercício duro de sorrir mesmo no choro. Aos 26 anos, o seu jornal quer que seja feliz como ele, apesar dos cansaços e das dúvidas, dos textos longos e das imagens breves, das dores de parto que sente a cada página. O futuro é o presente de anos que quer de si. Desde já, muito obrigado!