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>Igreja de Leiria-Fátima chamada à caridade

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>Assembleia Diocesana marcou início do novo ano pastoral 2010-2011

Como é tradição no primeiro domingo de Outubro, a Diocese de Leiria-Fátima reuniu-se em Assembleia, presidida pelo seu Bispo, para marcar o arranque solene de mais um ano pastoral. Foi no passado dia 3, no Seminário de Leiria, com a participação de cerca de 400 pessoas – leigos, padres e religiosos – sobretudo as mais envolvidas na acção das várias comunidades, paróquias, serviços e movimentos eclesiais.

A sessão começou ao início da tarde, com o acolhimento musical do coro litúrgico da Paróquia da Marinha Grande, dirigido por Fernando Brites, grupo que animou a tarde com a execução de algumas peças. Depois, D. António Marto saudou todos os presentes e presidiu a um breve momento de oração, com que foi dado o mote para os trabalhos: “Sede afectuosos uns para com os outros no amor fraterno” (Rom 12, 10-13).

Seguiu-se uma apresentação multimédia da caminhada diocesana durante o último ano pastoral, em que o tema central era definido na carta pastoral “Ir ao Coração da Igreja”. Este foi o documento central nas acções de formação, reflexão e outras iniciativas, a nível paroquial, vicarial e diocesano, bem como em comunidades religiosas, movimentos e associações eclesiais. Vários desses exemplos foram apontados, com imagens que ajudaram a ilustrar o dinamismo de uma Diocese multifacetada, com evidente diversidade de ritmos e carismas, mas com alguma capacidade de se organizar em torno de um projecto comum.

Neste contexto, sublinharam-se alguns “grande momentos” de celebração e vivência da comunhão eclesial, como foi o caso da “Festa da Fé – Rosto(s) da Igreja Diocesana”, da Peregrinação Anual a Fátima, da Festa do Corpo e Sangue de Cristo em Leiria e da visita do Papa a Portugal, ocasiões em que os diversos grupos e comunidades participaram activamente na preparação e realização de um programa pastoral comum.

Sob o signo da Caridade

Esta sessão comemorativa do Dia da Diocese tem como principal objectivo a apresentação do tema para o ano pastoral que se inicia. Neste caso, um tema tão claro como o da carta pastoral que o desenvolve: “Chamados à Caridade”.

“Somos chamados à caridade, tomando esta palavra no seu mais profundo significado, não apenas como simples ajuda pontual a alguém, mas como modo de viver que brota do próprio mistério de Deus, que é Amor”, começou por sublinhar o Bispo diocesano na apresentação que fez do documento. Nesse sentido, os cristãos devem ter em conta os cenários concretos do mundo em que vivem para agirem “de modo criativo face às interpelações”.

Essa acção deve ser “fundada numa espiritualidade que a sustente”, lembrou D. António Marto, apontando como “ícones” as cenas bíblicas do Lava-Pés (Jo 13, 1-17) – Deus que se ajoelha aos pés do Homem e se entrega por amor, do Bom Samaritano (Lc 10, 25-37) – que revela o estilo daquele que vê o outro com o coração, e do Juízo Final (Mt 25, 31-46) – o amor é o único critério pelo qual seremos julgados. “A Igreja nasce da caridade, vive da caridade e orienta-se para a caridade, no testemunho de amor aos irmãos”, afirmou o prelado.

Referindo-se, depois, à terceira parte da sua carta pastoral, onde entra nos aspectos mais práticos de orientação pastoral, o Bispo diocesano salientou algumas das frentes em que somos chamados a agir, “a nível local, com acções concretas”, já que “a caridade deveria tornar-se o estilo habitual de viver da comunidade cristã”. Nesse sentido, D. António apelou ao “entusiasmo dos agentes pastorais, padres e leigos”, para realizarem as várias propostas apresentadas.

Em resumo, uma acção que passará por cultivar a espiritualidade (com incidência no retiro popular quaresmal), pelo testemunho fraterno dentro da Igreja, pela proximidade para com os mais pobres, pela catequese para o amor, pela celebração mais cuidada da Eucaristia, pela cooperação missionária, pela melhor organização dos serviços diocesanos e paroquiais de acção sócio-caritativo, pela promoção do voluntariado, pela formação, pela vivência do amor em família, pela pastoral vocacional e pelo acompanhamento da pastoral de Fátima, na preparação do centenário das Aparições.

Depois da intervenção do Bispo, o vigário-geral, padre Jorge Guarda, apresentou de forma esquemática o tema e os objectivos do ano e o director do Departamento de Pastoral Social, padre Luís Inácio João, falou dos serviços e principais projectos deste departamento, que será um dos mais directamente implicados na acção deste ano. Aqui se incluem a Caritas Diocesana, a Comissão Justiça e Paz, o Serviço de Apoio à Mobilidade, o Serviço de Pastoral da Saúde e o Serviço da Comunicação Social.

Uma fé de “qualidade”

A Assembleia terminou com a celebração eucarística, na igreja do Seminário. Na homilia, D. António Marto sublinhou que a nossa acção será tanto mais frutuosa quanto maior for a nossa fé. “Não se trata de quantidade, mas de vitalidade e de força da fé, do grau de confiança que depositamos em Deus”, afirmou o prelado, dando como exemplo a vida de Madre Teresa de Calcutá, “mulher franzina e sem poder, mas cuja fé, como um grão de mostarda, moveu montanhas”. Tal como no caso daquela religiosa, “uma fé que se manifesta no amor gratuito e desinteressado, de quem se coloca ao serviço de Deus e dos outros, como servo inútil”.

No final da celebração, decorreu o envio missionário de um leigo diocesano para o Sumbe, “para partilhar os seus dons com os que mais precisam, que vai em nosso nome e com o qual ficamos unidos espiritualmente”, frisou D. António.

A esse propósito, o Pastor lembrou que “Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de caridade”. E terminou dirigindo a todos a interpelação do salmo desse dia: “Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis o vosso coração!”.

Luís Miguel Ferraz

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