(Freguesia da Golpilheira • Concelho da Batalha • Distrito de Leiria)
 
>163 Poesia

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>A Máscara Real Do Natal

Fiz o meu mealheiro
Para o Natal festejar
E assim foi o ano inteiro
Mas algo me veio contrariar.

Cada vez mais pobre és Portugal
E quem trabalha cada vez mais triste
Querem sentir um verdadeiro Natal
Mas com esta vida não resiste.

Tudo a modificar,
O esforço de uma vida inteira
O que se pode esperar
Um vazio no fundo da carteira.

Lágrimas e dor
É este o preço real
Cada vez menos valor
Na passagem de cada Natal.

Flores queimadas pela geada,
Chuva e vento trazem amargura
A vida para certa gente não vale nada
É amarga e muito dura.

É esta a lareira
De luz apagada
O Natal pode ser a vida inteira
Com uma mão cheia de nada.

Paz, saúde e amor
Alegria no coração
É o valor de uma flor
Como prova de gratidão.

Natal do triste e abandonado
Caminhando pela vida fora
É pobre e envergonhado
No silêncio apenas chora.

Não estende a mão
Tem fome e frio
Tem forte dor no coração
E para muitos é sempre vadio.

É este o Natal
Com lágrimas a cair
Tanta gente a passar mal
E sem ter quem os acudir.

Com as bênçãos de Deus,
Tudo de bom vos desejo,
José António Carreira Santos

O Natal enche os corações da humanidade

Ouvem-se em todo o planeta
Música e versos cintilantes,
Encantadas com o teu belo hino
As estrelas parecem mais brilhantes.

Natal! Já bates à porta
Porque tens belas mensagens,
Não desprezes os mais débeis
O amor renasce da tua imagem.

Pensem os governantes de todas as nações
Estão a morrer a fome aos milhões,
Se podes, lembra-te daqueles que nada têm
A pedir de comer sem multidões!

Natal, a todos faz lembrar
Porque o mundo está doente,
Com o nascer duma criança
O coração alegra muita gente.

Que haja para todo o mundo
Um Natal de amor e humildade,
Sejamos todos como irmãos
Para bem de toda a humanidade.

Cremilde Monteiro

Consoada

Seguia lentamente pela rua.
A chuva que em seu corpo já sentia
brilhava levemente à luz da lua
na noite fria e calma de invernia.

Entregue p‘lo destino à indignidade,
pedinte e velho que era, não merecia
um olhar sequer da gente da cidade
uns restos de comida… ou de alegria!

E o velho continua em sua andança
à busca de algum lixo p‘ra alimento…
mas… eis que surge alegre uma criança
daquelas sem família e sem alento:

Dois pães já encontrara o rapazito,
seriam sua ceia e seu jantar.
Suave se aproxima, mas convicto
a convidar o velho a consoar!

Seguiam rua abaixo lado a lado.
Sofriam, mas sorriam do seu mal,
pois da partilha do pão encontrado
nascera uma amizade, e foi Natal!

Luís Miguel Ferraz

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