(Freguesia da Golpilheira • Concelho da Batalha • Distrito de Leiria)
 
Festejos de Santo Antão

Festejos de Santo Antão

Em Honra de Nossa Senhora dos Remédios
Os festejos em Santo Antão, em honra de Nossa Senhora dos Remédios, decorreram nos dias 5 a 8 de Agosto. Com o arraial preparado atempadamente, como não se vê em qualquer outra festa, esta decorreu muito bem, conforme tive oportunidade de verificar, sempre com a presença de muita gente e em especial de emigrantes. Desde a parte litúrgica, à diversão, à música, ao “comes e bebes”, tudo estava muito bem dirigido e funcional. A sua organização esteve a cargo dos jovens nascidos em 1961. Parabéns a todos eles, extensivos à Comissão da Capela, e ainda a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para que estes festejos fossem um sucesso.
Para o ano vamos ter novamente festa, pois é disto que o “meu povo” gosta. Os jovens que para o ano vão completar 25 e 50 anos não conseguiram resistir aos apelos do pragmático “Chico” Carvalho. É bom que seja assim. Já que nos tiram tantas coisas, às quais não podemos resistir, que não percamos pelo menos as nossas tradições, que nos identificam como um povo trabalhador, generoso e hospitaleiro. Para o ano, se Deus quiser, cá estaremos para nova reportagem.

Manuel Carreira Rito

Terra vizinha e do coraçãoPara além da terra onde nascemos, a qual muito amamos, como provam aqueles que optaram por ganhar a sua vida bastante longe, por esse mundo fora, e que gostam de visitar sempre que podem, especialmente no Verão, há outras que por qualquer motivo também têm um cantinho no nosso coração.
Santo Antão é para mim um desses exemplos. Vou contar-vos a razão desta estima pessoal. Estávamos no ano de 1973, tinha acabado o meu curso de Administração Geral do Comércio, então com 15 anos de idade. Como não havia possibilidades de continuar os estudos, por dificuldades financeiras, o mundo do abundante trabalho, naquela altura, esperava-me. No dia 27 de Agosto, quando andava a ajudar o meu pai a abrir um poço, abeirou-se de mim o Joaquim Paulo e disse-me: “Queres ir trabalhar para os escritórios de uma empresa de Santo Antão (J. Silva & Irmãos, Lda – Fábrica de Refrigerantes)?” Respondi-lhe logo que sim, pois trabalhar nos poços é muito duro, duríssimo, e eu fi-los diversos anos seguidos durante as minhas férias de Verão.
Assim, no dia 28 de Agosto daquele ano, assentei praça naquela empresa. Foi o meu primeiro emprego, o meu primeiro ganha-pão. Como em tudo na vida, as primeiras coisas nunca se esquecem. Foi ali, durante seis anos, com os meus colegas de trabalho, mestres Coelho e Oliveira, que comecei a adquiri a minha primeira experiência profissional. Mas o meu trabalho não era só no escritório. Era recrutado, com frequência, para a linha de enchimento, para ajudante de motorista ou carregar os carros. Nunca disse que não. A gerência da empresa, para aquela altura, era excelente: Armando Silva na produção; Júlio Silva na distribuição e José Silva o cérebro da empresa, na área financeira, nas opções estratégicas e na parte comercial. Com todos eles aprendi muito e por isso aqui lhes rendo a minha pequena e singela homenagem. Dois deles, infelizmente, já não se encontram entre nós (Júlio e José Silva). É esta a pequena história que justifica a razão pela qual gosto muito de Santo Antão e das suas gentes.
MCR

 

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