(Freguesia da Golpilheira • Concelho da Batalha • Distrito de Leiria)
 
Presidente da República no Dia do Combatente e 104.º aniversário da batalha de La Lys, para “lembrar, celebrar e agradecer”

Presidente da República no Dia do Combatente e 104.º aniversário da batalha de La Lys, para “lembrar, celebrar e agradecer”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, veio à Batalha, uma vez mais, comemorar o Dia do Combatente, 9 de Abril, data da batalha de La Lys (1918), de trágica memória para o Corpo Expedicionário Português na I Guerra Mundial. Também presentes estiveram a ministra da Defesa, Maria Helena Carreiras, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro, o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, o chefe do Estado-Maior do Exército, general José Nunes da Fonseca, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Joaquim Cartaxo Alves, o presidente da Liga dos Combatentes de Portugal, tenente-general Chito Rodrigues, entre outras individualidades militares e civis.

A manhã começou com uma celebração eucarística pelos combatentes falecidos, na igreja do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, presidida pelo Bispo das Forças Armada, D. Rui Valério. Seguiu-se, na praça frontal do Mosteiro, a sessão militar, com as várias forças em parada, incluindo os porta-estandartes dos muitos núcleos da Liga dos Combatentes espalhados pelo País. Coube ao presidente desta instituição a primeira intervenção, em que sublinhou a importância desta memória histórica, mais premente ainda no contexto da actual guerra a acontecer na Europa. “Repudiamos toda a violência contra os direitos humanos e o uso da força antes de esgotados os esforços no caminho da diplomacia”, defendeu Chito Rodrigues, repetindo frases como “que se evite a todo o custo o desastre da guerra e se promova a paz”, “odiamos a guerra” e “apostemos no apoio às vítimas”. Quanto à memória, citou vários testemunhos dados por nacionais e estrangeiros sobre a valentia do soldado português. Quanto ao presente, aproveitou a presença da ministra da Defesa para defender o reforço da rede nacional de apoio aos ex-combatentes e a revisão, nesse sentido, da recente lei que consagra o seu estatuto.
A ministra ouviu e prometeu acolher o pedido, frisando a consideração que tem pela Liga dos Combatentes, pelo papel que tem desenvolvido no apoio e defesa dos direitos dos militares e ex-militares e aproveitando para identificar algumas medidas do último Governo que considera irem ao encontro dessas pretensões. “Ainda há muito a fazer e o actual contexto exige um plano de acção reforçado na Defesa nacional, tendo em conta as especificidades das novas gerações de combatentes e dos novos cenários de conflito”, sem as tradicionais fronteiras físicas nacionais, considerou Helena Carreiras. “Adequar à nova realidade que decorre da guerra na Ucrânia”, “reforçar o investimento na Defesa, em equipamentos e pessoas”, “atrair os jovens para esta missão e melhorar a relação entre as Forças Armadas e a sociedade” serão algumas das medidas que pretende tomar e “a melhor homenagem que podemos fazer aos combatentes”.
“Lembrar, celebrar e agradecer” foram os três verbos usados pelo Presidente da República para justificar a celebração anual desta efeméride de homenagem “a todos os que lutaram pela independência de Portugal ao longo de toda a história, desde sempre”. Dos vários cenários da defesa de fronteiras aos dois grandes conflitos mundiais e às guerras coloniais, passando pelos novos palcos internacionais no contexto da NATO, da ONU ou da EU, “continuamos a ter e a ser os melhores”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. E até em frentes como o combate aos incêndios ou o plano de vacinação para travar a pandemia. O actual contexto da invasão russa veio mostrar que “estava errada a ideia de que estávamos longe da guerra” e obriga-nos a “dar muito mais às Forças Armadas”. “É esse o sentido do dia de hoje”, disse o Presidente: clarificar a escolha de um país que se quer “solidário com quem sofre”, apostando em “Forças Armadas fortes”, que serão também garantia de menos guerras e mais construção de paz, bem como de mais crescimento económico e desenvolvimento social. “Só assim celebraremos o passado, conseguiremos um presente melhor e construiremos o futuro a que temos direito”.
Após o desfile das forças em parada, o Presidente da República e demais entidades dirigiram-se à Sala do Capítulo para a tradicional e significativa deposição de coroas de flores no túmulo Soldado Desconhecido, o último acto das comemorações oficiais.

Luís Miguel Ferraz

Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes celebra 82 anos

O Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes participou activamente nas comemorações deste Dia do Combatente e 104.º aniversário da Batalha de la Lys. Na tarde do mesmo dia, continuou em festa, assinalando a celebração do 82.º aniversário da sua fundação, com uma concentração junto do Memorial ao Combatente Batalhense, para minuto de silêncio e deposição de coroa de flores, seguida de almoço e sessão comemorativa no Centro Cultural e Recreativo da Quinta do Sobrado e Palmeiros.

A iniciativa pretendeu relembrar, homenagear e agraciar todos os antigos combatentes pelo esforço prestado no cumprimento do serviço militar, informação realçada pelo vice-presidente da Câmara Municipal da Batalha, Carlos Monteiro, na ocasião: “Hoje nós conseguimos reconhecer a importância que têm os combatentes num contexto de instabilidade. A guerra na Ucrânia colocou-nos a todos num estado de insegurança e justifica a necessidade de termos pessoas que, como vocês, deram a vida pela nação para assegurar a independência de um país. Obrigado pelo vosso sacrifício, obrigado por tudo o que fizeram pelas gerações vindouras’’.
Na homenagem aos soldados, o Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes atribuiu “Testemunhos de Apreço” aos sócios que, nos últimos anos, completaram 25 e 50 anos de filiação, “dando assim o seu valioso contributo para os fins patrióticos e humanitários da Liga dos Combatentes, enquanto instituição”, conforme referiu António Evaristo, presidente do Núcleo da Batalha.
Paulo Santos Batista, antigo presidente da Câmara Municipal da Batalha, recebeu o Diploma de Condecoração Mérito Ouro pela distinção feita, em 2021, à Liga dos Combatentes. Por deliberação da direcção central da Liga, o autarca recebeu esta distinção como “reconhecimento pela permanente disponibilidade e pronto apoio dedicado pela Câmara Municipal à Instituição”. António Evaristo aproveitou o momento para “agradecer à Câmara pela sede da Liga dos Combatentes, pelo Memorial dos Combatentes Batalhenses e pela parceria”.
Pela coragem, valentia e dedicação, foram ainda condecorados vários ex-combatentes com a medalha comemorativa das Campanhas de África. Na ocasião, o secretário-geral na Liga dos Combatentes de Portugal, Faustino Hilário, enalteceu “a motivação que nós temos por este tipo de convívios. pelo companheirismo que criámos, nós representamos uma geração cujo valores são a raiz e a razão destes convívios”.
A tarde culminou com a partilha de um bolo de aniversário e espumante e com um momento musical pelo Coral Misto do Núcleo, encerrando com o Hino dos Combatentes.

Ângela Susano

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