É a festa mais importante do ano para a Comunidade Cristã da Golpilheira, pois celebra o seu Padroeiro, o Senhor Bom Jesus dos Aflitos, orago da igreja mais antiga da freguesia. Celebrada anualmente em pleno Verão, tem sido nos últimos anos assumida por uma comissão constituída pelos “quarentões”. Este ano não fugiu à regra e os nascidos em 1977 não deixaram os seus créditos por mãos alheias, organizando uma bonita e muito concorrida festa, nos dias 29 a 31 de Julho.
Como sempre, a preparação é parte do segredo de todos os eventos. Neste caso, é também parte da festa, sobretudo na semana que a antecede, com momentos marcantes como o erguer do mastro, a ida à murta, a feitura do cordão, a montagem dos arcos, do palco e outros elementos do arraial, o recheio da despensa, os peditórios e recolha de donativos, a venda de rifas e muitos outros trabalhos necessários.
Tudo foi cumprido a rigor e, na noite de sábado, estava tudo a postos para receber uma verdadeira multidão no restaurante, nos bares, no café da avó, na quermesse e noutros espaços em que o convívio foi a tónica dominante, com a animação musical assegurada pela sempre muito apreciada Banda Kroll.
O principal dia de festa é o domingo, com a celebração da Missa solene, onde os festeiros se apresentaram em grupo, o que nem sempre acontece em muitas festas religiosas, onde o trabalho do arraial é desculpa para que quem organiza a festa acabe por não participar no momento que deveria ser o seu centro.
A população encheu por completo a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, o actual centro de culto da Comunidade, e a celebração foi muito rica e participada, presidida pelo pároco, padre José Gonçalves, e animada pelo habitual coro litúrgico. Na procissão, com o Santo Lenho e as imagens de Nossa Senhora de Fátima, do Sagrado Coração de Jesus e do Senhor dos Aflitos, também foi muito numerosa a participação popular, com os vários andores de ofertas e o acompanhamento da Filarmónica Clássicos de Pataias.
O almoço voltou a encher o restaurante e foram muitas dezenas de pessoas a participar num momento já tradicional de saudação ao Padroeiro, com acompanhamento da filarmónica, primeiro na igreja de Nossa Senhora de Fátima e depois em cortejo que termina na Igreja do Senhor Bom Jesus dos Aflitos.
À tarde actuou o rancho “As Lavadeiras do Vale do Lena”, do Centro Recreativo da Golpilheira, e à noite voltou a multidão, com animação do grupo Kremlin.
Outra celebração eucarística abriu o programa de segunda-feira, também bastante participada. Seguiram-se os jogos tradicionais, a abrir o apetite para o jantar, que terá sido um dos mais concorridos dos últimos anos. O restaurante encheu-se por três ou quatro vezes, enquanto a fila para pré-pagamento parecia não terminar, mas ninguém ficou sem apreciar o já famoso frango assado das festas da Golpilheira. O conjunto Omega animou a noite, com um intervalo para as muitas centenas de pessoas presentes poderem assistir à famosa Corrida de Cântaros, uma divertida competição que recorda a habilidade das mulheres de outros tempos, a levar a água à cabeça para suas casas. Algumas das mais novas concorrentes revelaram-se à altura do desafio, o que leva a crer que nem tudo está perdido…
O simbólico momento de encerramento é a entrega da bandeira à comissão de festas do ano seguinte, logo assumida pelos quarentões de 2018, nascidos em 1978. A actual comissão agradeceu a ajuda de muitas dezenas de pessoas e a presença numerosa de outras para que esta festa fosse um sucesso. A comissão do ano que vem deixou o voto de que essa ajuda e essa presença regressem no fim-de-semana de 4 a 6 de Agosto de 2018. E um vistoso fogo-de-artifício coroou da melhor forma este momento, embora o arraial tenha continuado animado por mais um par de horas.
LMF
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