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>162 – Economia

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>Se poderíamos viver com FMI?!…
Por Cristina Agostinho

Ultimamente, temos sido assombrados com notícias da possível intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) na política económico-financeira. Contudo, ainda não tivemos espaço para percebermos se essa intervenção seria prejudicial ou benéfica para nós, comuns cidadãos.

O FMI é uma organização internacional que pretende assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial. As principais funções que lhe estão cometidas pelos seus estatutos e pelas orientações do seu Conselho de Governadores resultam do objectivo fundamental para que ele foi criado no final da II Grande Guerra. Através de assistência técnica e financeira, garante: a supervisão do sistema financeiro internacional, de modo a evitar crises graves da economia internacional, em geral, e nas economias dos seus países-membros, em particular; e a monitorização das taxas de câmbio e da balança de pagamentos.

O que mudaria nas nossas vidas se o FMI viesse auxiliar Portugal? Isto não deveria ser novidade, pois já esteve cá duas vezes, em 1977 e em 1983. Para tentar perceber quais as implicações que tal intervenção poderia trazer, escutámos, com base numa entrevista da Agência Lusa, a opinião de alguns especialistas.

Silva Lopes, ex-ministro das finanças, lembra: “Impôs-nos uma desvalorização da moeda, porque nós tínhamos na altura uma moeda própria, que era o escudo, coisa que agora não pode impor. Impôs-nos subidas das taxas de juro e limites à expansão do crédito. Também neste momento não se pode fazer isso, porque quem manda é o Banco Central Europeu. Os salários reais caíram muito, mesmo muito, houve salários em atraso, aumento do desemprego em 1983 e até fome nalgumas zonas do país”. Mas este antigo governador do Banco de Portugal não tem dúvidas de que o FMI salvou a economia portuguesa: “Se não fosse o FMI, nós tínhamos tido uma desgraça na economia e assim, ao fim de dois anos, estava a progredir bastante bem em qualquer dos casos. Agora o contexto mudou, pelo que a entrada do FMI, pela terceira vez em Portugal não quer dizer que vá conseguir endireitar a economia do país”. O economista João César das Neves acrescenta: “O cidadão comum vai ter de pagar mais impostos, vai receber menos subsídios do Estado, menos salários para quem trabalha para o Estado. É, aliás, o tipo de coisas que vamos ter, com FMI ou sem FMI”.

Então, como ficamos? Não estamos já nesta situação? Se poderíamos viver com o FMI?!… Podíamos, e provavelmente era a mesma coisa…

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